Imagina que és atriz (ou ator).
Imagina que sabes que és bom/boa no teu.
Que só esperas a oportunidade do demonstrar
a todo o mundo.
Imagina que recusaste
um montão
de maus papéis.
Papéis que não te mereciam.
Segues esperando a tua oportunidade
(sabes que chegará)
na que demonstres a tua valia.
Esperas.
Muito.
Muito.
Muito.
Mas
conservas
a coragem.
A esperança.
O ânimo.
Ficas à espera.
Muito.
Muito.
Muito.
Em um dia,
contactam-te.
Quem?
Depois contamos-to.
Sabê-lo-ás.
Oferecem-te o teu papel,
um papelão.
Esse que esperavas.
Sem limite de orçamento.
Sem condições.
Sem recortes.
Dão-te todas as possibilidades.
O que mais querias!
Vais ter um papel...
fascinante.
De facto,
vais ter muitos papéis,
TODOS.
Falam-te de uma nova tecnologia
que permite que possas atuar
em TODOS os papéis.
Uuuuuuuuaaaaaaaaa!
Não te podes imaginar nada melhor!
Poderás demonstrar TODA o teu valia!
A tua capacidade multifacética!
Holifacética!
Onde há que assinar?
Quando começamos?
Onde?
A resposta
deixa-te perplex@:
Em toda parte.
O tempo todo.
É uma OBRA tão grande,
que
fora dela
não vai ficar nada.
Vai ser a OBRA
maior
jamais
representada.
nada escapará
ao seu palco.
Nada à sua trama.
Nada ao seu modelo.
És infinit@
e vais cobrir todos
os papéis.
E és tão boa atriz,
bom ator,
que,
por suposto,
aceitas,
e te pões aisso.
Implicas-te na cada um
das tuas personagens.
Achas-to.
Vive-lo.
Deixas-te a pele nele.
Identificas-te tanto
na cada situação,
cena,
sequência,
história...
que
esqueces
que és tu,
que és um@,
que não há
mais atores
ou atrizes ali,
que todos
és TU,
são EU
e sofres,
desfrutas,
matas,
morres,
amas,
odeias,
gozas,
temes,
vives,
morres...
com toda a tua capacidade.
A obra é boa,
mas o argumento
poderia melhorar-se.
Agora
o teu outro eu,
o que faz de ponteiro,
te lembra
te informa
que podes
mudar a história
que também és
roteirista.
E para isso estou aqui,
para te lembrar,
me lembrar,
que és
que sou
o único Ser
que atua
esta
magna
OBRA.
A que leva
todo
um
Universo
e
13.800
milhões
de anos
de ensaio
de rodagem.
Que
queres
mudar?
Que melhoramos?
Podemos
posso
podes
fazer ao
teu
gosto.
Basta com consultar
acordá-lo
com os teus outros
eus.
És tu mism@.
Todos os teus tus,
desejam
melhorar.
Nenhum
está
do tudo
a gosto.
Fala-o!
Discute-o!
Muda-o!
Você pode ensaiar
e repetir
cada cena,
cada um dos planos,
cada tomada,
qualquer parte do travessão,
até que fique
impecável.
Sê quem queres ser!
Na cada papel!
Em todos.
Gerttz